Construção 2016年第31届里约奥运会开幕式表演歌曲原曲
发布于:2016年
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Construção (2016年第31届里约奥运会开幕式表演歌曲原曲) - Chico Buarque

Amou daquela vez

Como se fosse a última

Beijou sua mulher

Como se fosse a última

E cada filho seu

Como se fosse o único

E atravessou a rua

Com seu passo tímido

Subiu a construção

Como se fosse máquina

Ergueu no patamar

Quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo

Num desenho mágico

Seus olhos embotados

De cimento e lágrima

Sentou pra descansar

Como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz

Como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou

Como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou

Como se ouvisse música

E tropeçou no céu

Como se fosse um bêbado

E flutuou no ar

Como se fosse um pássaro

E se acabou no chão

Feito um pacote flácido

Agonizou no meio

Do passeio público

Morreu na contramão

Atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez

Como se fosse o último

Beijou sua mulher

Como se fosse a única

E cada filho seu

Como se fosse o pródigo

E atravessou a rua

Com seu passo bêbado

Subiu a construção

Como se fosse sólido

Ergueu no patamar

Quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo

Num desenho lógico

Seus olhos embotados

De cimento e tráfego

Sentou pra descansar

Como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz

Como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou

Como se fosse máquina

Dançou e gargalhou

Como se fosse o próximo

E tropeçou no céu

Como se ouvisse música

E flutuou no ar

Como se fosse sábado

E se acabou no chão feito

Um pacote tímido

Agonizou no meio

Do passeio náufrago

Morreu na contramão

Atrapalhando o público

Amou daquela vez

Como se fosse máquina

Beijou sua mulher

Como se fosse lógico

Ergueu no patamar

Quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar

Como se fosse um pássaro

E flutuou no ar

Como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito

Um pacote bêbado

Morreu na contra-mão

Atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer

Por esse chão pra dormir

A certidão pra nascer

E a concessão pra sorrir

Por me deixar respirar

Por me deixar existir

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça

Que a gente tem que engolir

Pela fumaça e a desgraça

Que a gente tem que tossir

Pelos andaimes pingentes

Que a gente tem que cair

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira

Pra nos louvar e cuspir

E pelas moscas bicheiras

A nos beijar e cobrir

E pela paz derradeira

Que enfim vai nos redimir

Deus lhe pagu

Construção (2016年第31届里约奥运会开幕式表演歌曲原曲) - Chico Buarque

Amou daquela vez

Como se fosse a última

Beijou sua mulher

Como se fosse a última

E cada filho seu

Como se fosse o único

E atravessou a rua

Com seu passo tímido

Subiu a construção

Como se fosse máquina

Ergueu no patamar

Quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo

Num desenho mágico

Seus olhos embotados

De cimento e lágrima

Sentou pra descansar

Como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz

Como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou

Como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou

Como se ouvisse música

E tropeçou no céu

Como se fosse um bêbado

E flutuou no ar

Como se fosse um pássaro

E se acabou no chão

Feito um pacote flácido

Agonizou no meio

Do passeio público

Morreu na contramão

Atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez

Como se fosse o último

Beijou sua mulher

Como se fosse a única

E cada filho seu

Como se fosse o pródigo

E atravessou a rua

Com seu passo bêbado

Subiu a construção

Como se fosse sólido

Ergueu no patamar

Quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo

Num desenho lógico

Seus olhos embotados

De cimento e tráfego

Sentou pra descansar

Como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz

Como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou

Como se fosse máquina

Dançou e gargalhou

Como se fosse o próximo

E tropeçou no céu

Como se ouvisse música

E flutuou no ar

Como se fosse sábado

E se acabou no chão feito

Um pacote tímido

Agonizou no meio

Do passeio náufrago

Morreu na contramão

Atrapalhando o público

Amou daquela vez

Como se fosse máquina

Beijou sua mulher

Como se fosse lógico

Ergueu no patamar

Quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar

Como se fosse um pássaro

E flutuou no ar

Como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito

Um pacote bêbado

Morreu na contra-mão

Atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer

Por esse chão pra dormir

A certidão pra nascer

E a concessão pra sorrir

Por me deixar respirar

Por me deixar existir

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça

Que a gente tem que engolir

Pela fumaça e a desgraça

Que a gente tem que tossir

Pelos andaimes pingentes

Que a gente tem que cair

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira

Pra nos louvar e cuspir

E pelas moscas bicheiras

A nos beijar e cobrir

E pela paz derradeira

Que enfim vai nos redimir

Deus lhe pagu

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